DA MINHA ALDEIA Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... Nas cidades a vida é mais pequena Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro. Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave, Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu, Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar, E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver. Autor: Alberto Caeiro Postagem: Enrico Nunes
Enrico, o Alberto Caeiro é um dos heterônemos de Fernando Pessoa, um dos poetas portugueses que mais tenho admiração. Fico feliz por vê-lo, desde já, apreciador de grande nome como este.
ResponderExcluir